segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A continuação

Tenho o gigantesco prazer de anunciar a continuação do blog com a temática de bioquímica da obesidade agora liderado por um grupo de alunas da nutrição aqui da UnB, e eu estou orientando o trabalho.
Como já afirmei diversas vezes a obesidade é sim um problema de grande relevância para a saúde das populações, tanto atualmente como num futuro próximo mais intensamente, pois estamos caminhando pela transição e epidemiológica com a passagem de doenças agudas e infecciosas para doenças crônico degenerativas.
Logo torna-se imperante não somente ao profissional de saúde conhecer essa doença, como a população em geral. Nesse sentido estou orgulhoso em passar a função as meninas que coordenam o seguinte blog http://biobio-obesidade.blogspot.com/
Aproveitando como houve alguma procura mesmo ao final do trabalho tentarei manter o funcionamento desse blog.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O fim do blog

Como se aproxima a hora de entregar o blog (hoje meio-dia), queria escrever esse último post sobre como foi fazer o blog. Afinal é sempre bom tirar um tempinho pra se refletir sobre o que foi feito ao final do trabalho. Bom, o que posso garantir é que todo conteúdo está ai, de todos os seminários, alguns decidiram postar em resumo, outros fizeram posts normais sobre todo o conteúdo, mais todos apresentaram o material de seus painéis.

Fazer o blog em alguns momentos foi bem tranquilo, como cria-lo por exemplo, que foi so fazer o endereço e deixar ai. Em outros momentos foi dureza, como nos últimos dias, em que so deixei o blog em paz mesmo no dia da prova de nove horas. O que importa é que o aprendizado foi intenso e tudo que aprendemos será medicamente relevante para o resto de nossas vidas como profissionais, e o que digo aqui deve valer tanto para futuros médicos e médicas quanto para futuros e futuras nutricionistas. Podemos dizer que graças as aulas e as pesquisas feitas para blog e painel agora temos um raciocínio metabólico e isso ninguém irá poder tomar de nos jamais. Estamos todos cansados e exautos pelas últimas semanas de aula, mais mesmo assim é gratificante poder encerrar o blog com o senso e a certeza de dever cumprido e comprido (hehehe).

Bom, acho que é isso que tenho a dizer sobre o encerramento do blog, se o resto do grupo puder deixar seus comentários nesse post agradeço e gostaria de dizer que estamos prontos para a avaliação do blog. Só pra encerrar tenham uma boa semana de estudos e quando o perrengue acabar muito boas férias, apesar dessas do meio do ano serem curtinhas. Abraços e até uma próxima pessoal.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Relação entre sono e obesidade


Estimulado pelo fato de estar dormindo muito pouco nesses últimos dias, prova disso e que estou começando a escrever esse post depois da meia noite e pela apresentação do grupo de extremos sobre o sono. Veio-me a idéia de escrever alguma coisa sobre isso.
A obesidade como reforçado diversas vezes nesse blog é uma epidemia na sociedade moderna, embora seja muito fortemente preponderante a pré-disposição genética, o que justifica esse aumento nas ultimas décadas são fatores ambientais. Nesse campo as pesquisas fazem grande menção a alteração nos hábitos alimentares, outro fator que pode ter características importantes talvez seja a alteração dos padrões de sono.
A epidemiologia demonstra isso claramente nos Estados Unido a proporção de jovem com período de sono inferior a 7 horas em 1960 foi de 15,6% e 2001 de 37,1%. Essa característica foi associada a um aumento alarmante na obesidade durante o mesmo período.
O ganho de peso associado a redução de sono se deve a alteração entre os níveis de ghrenina e leptina com aumento do primeiro e redução do segundo como aponta a revisão bibliográfica realizada no artigo base desse post. Isso tende a aumentar a fome e reduzir o consumo energético assim reduzindo o balanço energético total do individuo.
Essas alterações também provocam alterações comportamentais como que favorecem a obesidade como demonstrado no quadro a cima
Bibiolgrafia:
Relação entre sono e obesidade: uma revisão da literatura -Cibere Aparecida Crisoim

Analisando o papel dos hormônios na obesidade (Eixo Tireotrófico)


Diante da importância dos hormônios tireoidianos na regulação da termogênese, a dinâmica desse eixo na obesidade já foi bastante estudado. Nesses estudos se demonstrou que em estado energético de balanço neutro, os níveis de TSH, T4 e T são normais. As alterações clássicas descritas são encontradas no estado de jejum (aumento de RT3 e redução de T3) e no estado de hiperalimentação (aumento de T3 e redução de RT3), encaradas como respostas que tentam manter o peso corporal.
Nesse sentido torna-se bastante claro que na analise desses hormônios deve-se considerar o estado de alimentação, sendo a flutuação desses hormônios uma tentativa de manter o peso corporal. Entretanto uma coisa pode intrigar o autor porque não se utilizar de uma reposição de T3 para induzir a termo gênese e assim reduzir o acumulo de calorias, isso já foi usado.
Vários estudos foram conduzidos com administração de hormônios tireoidianos a obesos em dieta restrita, na tentativa de reverter as alterações metabólicas que conduzem à redução da taxa metabólica basal (TMB). Diversos estudos utilizaram doses elevadas de T3, obtendo-se aumento do nível sérico de T3 e correlação negativa com o peso final.
A reposição de T3 a obesos com restrição calórica moderada ocasiona aumento da TMB e maior perda de peso, mas somente em doses altas associadas a sérios efeitos adversos cardiovasculares e excessivo consumo de massa muscular .
Essa situação como a do HG já demonstrado anteriormente demonstram a dificuldade de se optar por uma suplementação hormonal para a perda de peso. Esses textos são uma resumo bastante livre do artigo da mencionado que esta disponível no link a baixo. Recomendo a leitura para esclarecer eventuais duvidas.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302007000100007&lang=pt

Analisando o papel dos hormônios na obesidade (Eixo Somatotrófico)

Provavelmente os senhores estão se perguntando por que o resumo esta ficando, substancialmente maior que a apresentação. A resposta é óbvia não havia tempo hábil na apresentação para fazer todos esses questionamentos das interações hormonais a cerca dessa condição dessa morbidade que á a obesidade. Agora vou comentar um pouco do GH
Níveis reduzidos de GH e baixa resposta a GH a estímulos são característicos da obesidade. Em modelos animais de obesidade genética, o numero de células somatotróficas é reduzido na hipófise. Em humanos, constata-se diminuição do numero de pulsos de GH, e maior depuração. Todas estas alterações são revertidas em obesos com a perda de peso.
A leptina pode ser um dos fatores hipotalâmicos implicados nas alterações. Em animais, tem efeito inibitório na secreção de GH através de efeitos no GHRH e neuropeptídio Y no hipotálamo. Elevações agudas ou crônicas nos níveis de ácidos graxos livres ocasionam inibição da liberação de GH pela hipófise. AGL encontram-se elevados em condições de hiperinsulemia tal como a obesidade.
Alguns autores acreditam que as alterações do eixo somatotrófico de obesos possam ser mal-adaptativas. As características de distribuição de gordura corporal e dislipidemia similares aos pacientes com déficit de GH decorreriam do nível baixo de IGF1 total.
Em uma meta-análise de 16 estudos publicados sobre a administração de GH em obesos com distribuição predominantemente central de gordura, não se encontraram evidências para benefícios metabólicos da administração de GH na obesidade na ausência de deficiência de GH verdadeira. Pelo contrário, quase todos os estudos relataram efeitos negativos do GH no metabolismo de glicose. Portanto, apesar da perda de gordura visceral ser atingida com a administração de GH, este benefício é perdido pela piora da resistência insulínica induzida pelo GH. Além disso, a administração de GH foi acompanhada de outros efeitos colaterais, como retenção hídrica, artralgias e síndrome do túnel do carpo.
Nesse sentido em geral não se justifica a aplicação do GH para a perda de peso, aguarde mais algumas correlações de hormônios. Se possível estarei disponibilizando o link para o artigo que esta sendo base para esses textos com o titilo eixos hormonais na obesidade: causa ou efeitos?

Fármacos no tratamento da obesidade

É comum ver pessoas que desejam emagrecer procurarem a farmácia em busca de uma solução rápida, como se tomar determinado remédio fosse ajudar a encontrar seu peso ideal mais facilmente ou com o pensamento de que se deu certo com um colego dará certo para ela também. Hoje vou mostrar que os medicamentos antiobesidade são muito potentes e muito perigosos para serem tratados com tal leviandade, mas que bem utilizados podem ser de grande ajuda no tratamento da obesidade. A obesidade é multifatorial e dentro de um plano de emagracimento devem estar incluídos fatores como mudanças dos hábitos alimentares, atividades físicas e acompanhamento médico e nutricional.

Somente os médicos podem prescrever alguma droga a um indivíduo obeso, fundamentando sua recomendação em uma rigorosa observação clínica do paciente e baseando sua opinião em pesquisas científicas seguras. O consenso latino americano em obesidade recomenda que o tratamento com fármacos só seja administrado quando o IMC for maior que 30 ou maior que 25 com co-morbidades e quando o tratamento convencional tiver falhado, isto é, o primeiro passo para emagrecer é a dieta, o exercício e a mudança de hábitos alimentares. O consenso preconiza ainda que a medicação não deve ser o único meio de tratamento, devendo ser acompanhada de dieta e exercícios físicos, deve estar focada no tratamento geral do paciente e não apenas na redução de peso e sempre deve ser acompanhada e prescrita por um médico.

Os fármacos para o tratamento da obesidade se dividem em 3 grupos principais, de acordo com o seu principal modo de ação, atuando:

1. Sobre o sistema nervoso central modificando o apetite ou a conduta alimentar.
Catecolaminérgicos : Fentermina, Fenproporex, Anfepramona (Dietilpropiona), Mazindol, Fenilpropanolamina.
Serotoninérgicos : Fluoxetina , Sertralina.
Serotoninergico + Catecolaminergico: Sibutramina.

2. Sobre o metabolismo, incrementando a termogênese.
Efedrina, Cafeína e Aminofilina.

3. Sobre o sistema gastrointestinal diminuindo a absorção de gorduras.
Orlistat.

Além dessas drogas, outras substâncias são usadas no tratamento medicamentoso da obesidade. Substâncias como ansiolíticos, diuréticos, fibras, fitoterápicos, fórmulas manipuladas, fórmulas naturais, hormônio do crescimento e hormônios tiroideanos. Cada qual com a sua aplicação específica, e alguns deles apresentando resultados não muito bem estabelecidos, ainda em estudo por vários trabalhos científicos a respeito da eficácia dessas substâncias.

Duas novas substâncias estão sendo estudadas e utilizadas para o emagrecimento, são elas: a Leptina e a Colecistocinina. A Leptina, neuropeptídeo com ação de supressão do apetite, tem criado boas expectativas em torno dos seu potenciais efeitos sobre o controle da ingestão e sobre diferentes parâmetros metabólicos da obesidade; entretanto há ainda discrepância entre os estudos, necessitando de uma maior avaliação para a sua liberação. A Colecistocinina é um neurotransmissor que é capaz de produzir sensação de saciedade; muitas companhias estão testando-a, mas estão no começo, levando ainda algum tempo para a comprovação da eficiência dessa substância.

As características desejadas para os fármacos são que eles atuem sobre a gordura do corpo e não sobre água e tecido muscular, que não tenham efeitos colaterais importantes e que sejam testados por estudos clínicos confiáveis.

É preciso dizer ainda que se após 3 meses de tratamento o resultado não for em no mínimo 5% de perda de peso, o medicamento deve ser reavaliado pelo médico ou mesmo suspenso, essa é uma recomendação do Royal College of Physicians da inglaterra.

O uso de medicamentos ou qualquer outra substância para emagrecer é eficaz no tratamento da obesidade, mas somente nos casos que tenham indicação. Por isso, nada de tomar medicações por conta própria, fuja de qualquer um que lhe ofereça fórmulas, remédios... O que dá certo para alguém, pode causar sérios danos à sua saúde.

Assim, antes de pedir ao seu médico ou comprar o "remédio" na farmácia, por conta própria, o que é pior, pergunte a si se está pronto para mudar seus hábitos de vida.

Referências bibliográficas: www.nutriweb.org.br